13.5.08

Marchar


Sou um soldadinho de chumbo.

A minha marcha é a promessa do encontro. O meu tambor rufa ao ritmo dos teus passos. Esquerdo, direito, esquerdo, direito, como os lados do coração. Um após o outro, em perfeita sintonia.

Sou um soldadinho de chumbo.

A minha arma é de brincar. A farda que uso não é minha, tem por dono quem a terá quando eu não mais a tiver. As minhas botas trazem a água para dentro, o meu chapéu já serviu de ninho às andorinhas da Primavera.

Sou um soldadinho de chumbo.

Porque não sei ser de outro modo, vou. Porque não conheço outro caminho, parto. E chego. E volto, sempre, de chumbo, sorridente, em andar apressado. Ao ritmo dos teus passos, marchando para mais uma promessa.

Esquerdo, direito.

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