6.2.08

O Pedinte

Está na altura de reorganizar os circuitos da alma, arrumar velhos livros na estante e limpar o pó às emoções esquecidas e mal usadas. Vai ser difícil suportar o vento frio do que resta do Inverno enquanto apanho os pedaços caídos em forma de promessas desfeitas. Já não posso querer ou esperar mais e corro o risco de esbanjar tudo o que ainda tenho na pressa de chegar a onde penso sentir-me bem. A onde me sentia bem. Já não suporto sentir-me um criminoso emocional porque me recuso a ter medo de alimentar o fogo.

Às vezes ainda espero encontrar, por entre os velhos volumes, aquelas passagens de cumplicidade que me pareciam tão naturais na altura sem saber o que te ia na cabeça, quando tentava ser feliz em outra frequência. Quando, por entre a multidão, nos procurávamos e encontrávamos, entre sorrisos. Começar de novo. Dizer-te o meu nome e a música que gostaria que tocasse no meu funeral, deixar tudo crescer como se fosse a primeira vez.

Hoje, apetece-me mudar todo o cenário à minha volta.

1 comentário:

rita rente disse...

eu só quero ver tudo outra vez pela primeira vez.